Desde os tempos antigos, sábios e profetas têm proclamado que os nossos pensamentos e sentimentos moldam nossa vida e determinam nosso destino. Essa é uma ideia central na filosofia e na psicologia. O místico Joseph Murphy sugere que toda ideia aceita conscientemente e sentida emocionalmente se imprime no subconsciente, influenciando nosso comportamento de forma quase autônoma. Da mesma forma, o palestrante Earl Nightingale afirma que nosso mundo é um reflexo de nossa atitude mental, e que uma mudança nessa atitude pode atrair magicamente novas oportunidades.
A realidade, em essência, é vista como um reflexo de nossas crenças e aceitações. Nossos corpos e cérebros, como partes da realidade, estão imersos em uma única consciência. As ideias e emoções dessa consciência universal se manifestam para nós como o mundo que percebemos.

A psicologia da ação e a lei da vontade
O psicólogo William James propôs uma lei fundamental: se você formar e mantiver uma imagem mental do que deseja ser, você se tornará essa pessoa. Ele argumenta que é necessário agir “como se” a coisa já fosse real, e ela se manifestará. Isso significa que os nossos pensamentos se tornam percepção, e a percepção se torna realidade. A atitude mental, e não as circunstâncias, determina a qualidade de nossa vida. Portanto, para construir uma vida gratificante, é essencial não apenas adquirir novas qualidades, mas também eliminar atitudes e crenças prejudiciais.
Ações e sentimentos estão interligados. Ao regularmos nossas ações, que estão sob o controle direto da nossa vontade, podemos indiretamente regular nossos sentimentos. Para recuperar a alegria, por exemplo, o caminho é agir e falar como se a alegria já existisse.
O drama da vida
O místico Neville Goddard utiliza uma analogia poderosa do teatro para explicar o processo de manifestação. A vida, segundo ele, é um drama que encenamos. No palco da vida, nossos desejos são os temas de nossas peças, e nosso papel é nos “perder” completamente no estado do desejo realizado. Cientistas da McMaster University confirmaram que atores que se imergem em papéis experimentam uma alteração drástica em seu senso de identidade, o que sugere que ao “atuarmos” a pessoa que queremos ser, podemos, de fato, nos tornar ela.
Nessa analogia, você assume quatro papéis cruciais:
- Produtor: Você sugere o tema da sua vida, na forma de um desejo.
- Autor: Você escreve apenas a última cena da peça, dramatizando o desejo já realizado.
- Diretor: Você garante que o ator (você mesmo) permaneça fiel ao roteiro, ensaiando a cena repetidamente com atenção focada e controlada.
- Ator: Você encena o drama em sua imaginação, agindo “como se” o desejo já fosse real, até que ele se torne a sua realidade.
Ao encenar uma cena que implica que você já tem o que deseja e ser fiel a esse estado, ele se desdobrará em seu mundo, pois não há outro poder que possa detê-lo.

O sucesso e o fracasso dependem mais da atitude do que da capacidade. Pessoas bem-sucedidas agem como se já tivessem alcançado seus objetivos, e isso rapidamente se torna realidade. A atitude de um vencedor pode ser difícil de manter, mas é totalmente possível. A mais bela verdade sobre a alma é que você tem o poder de se regenerar e se tornar quem você quiser.
Leitura:
-William James (1980). The principles of psychology.
-Neville Goddard (1954). Imaginação desperta. -Earl Nightingale (1957). The strangest secret.
-Joseph Murphy (1963). O poder do subconsciente.
-Norman Vincent Peale (1989). Six attitudes for winners.