De acordo com a cosmologia xamânica, existem três planos internos de consciência: os mundos superior, médio e inferior. Esses três mundos estão ligados por um eixo central, o axis mundi, o centro transcendental dos mundos, que pode ser visto como uma abertura ou canal para outros reinos do ser. Uma das funções mais vitais que um xamã desempenha é a de resgate da alma, em que o espírito do xamã deixa o corpo para procurar as almas que se perderam.
O homem moderno perdeu a conexão consistente com a totalidade resultando na perda da alma. Em uma visão de mundo xamânica, as partes deslocadas da alma são carregadas para o mundo inferior; e na psicologia, afirma-se que elas retrocedem para o inconsciente. O mundo da psique inconsciente, e para o xamã na realidade incomum, há um cosmos igual ao mundo físico com sua própria paisagem, feita de imagens com energia e vontade próprias que são conhecidos como arquétipos.
Os arquétipos são as formas pelas quais a natureza se expressa e a influência psíquica da Terra e das suas leis são vistas mais claramente nessas imagens primordiais. O sagrado se manifesta na natureza selvagem e por meio do reino do imaginal e nesse sentido, a única maneira de lidar com a perda profunda da conexão com a alma é restabelecer a nossa conexão com o sagrado.
Leitura:
-Walsh, R. (1991). Shamanic cosmology: a psychological examination of the shamanic universe. ReVision, 13: 86-100.
-James Hillman (1996). The soul’s code: in search of character and calling. Random House.
-Carl G. Jung (2002). The earth has a soul: C.G. Jung on nature, technology and modern life. North Atlantic Books.
-Ted Andrews (2003). Nature speak. Signs, omens and messages in nature. Dragonhawk Publishing.
-Bright, B. (2009). The shamanic perspective: where Jungian tought and archetypal shamanism converge.