Como resultado do estilo de vida moderno, desprovido de introspecção e reflexão silenciosas, a nossa psique está profundamente perturbada, e as atividades ilimitadas que caracterizam o estilo de vida diário das pessoas levaram a indivíduos extrovertidos e sobrecarregados. Porém, a cura para todas as doenças da vida poder estar armazenada na profundidade interior da própria vida, cujo acesso se torna possível quando estamos sozinhos.
Ao longo da história e em todas as culturas, o afastamento das exigências da vida quotidiana para contemplar a vida no silêncio e na solidão foi praticado de várias formas. A solidão na natureza é uma antiga forma de iniciação usada cerimonialmente pelas culturas indígenas em todo o mundo e estas práticas desafiam o indivíduo que sozinho na natureza a lutar contra o medo e a solidão, apenas para descobrir forças interiores e a sua verdadeira identidade.
Pessoas excepcionais sofreram longos períodos de confinamento solitário sem chegarem a sentir que as suas vidas não tinham sentido, enquanto outras procuraram deliberadamente semanas ou meses de solidão por razões diferentes. Parece, portanto, que algum desenvolvimento da capacidade de estar sozinho é necessário para que o cérebro funcione da melhor forma e para que o indivíduo possa realizar o seu potencial mais elevado.
Leitura:
-Carl G. Jung (2002): The Earth Has a Soul. Jung on Nature, Technology and Modern Life.
-Ruth Haley Barton (2006). Sacred Rhythms. Arranging Our Lives for Spiritual Transformation.
-Stavros, J. B. (2015). The Philosophy of Solitude. Encephalos, 54: 14-24.
-Naor, L. & Mayseless, O. (2020). The Wilderness Solo Experience: A Unique Practice of Silence and Solitude for Personal Growth. Frontiers in Psychology.
-Robert J. Coplan et. al. (2021). The Handbook of Solitude: Psychological Perspectives on Social Isolation, Social Withdrawal and Being Alone.