Leis universais | A lei da polaridade

A quarta lei universal é a lei da polaridade, que afirma que tudo no universo é dual e tem seu par de opostos. O universo só se torna perceptível por meio da diferença entre esses opostos. Por exemplo, calor e frio, luz e escuridão, são extremos de uma mesma realidade, distinguindo-se apenas em grau. No plano físico, isso é evidenciado pelo comportamento dual de partículas subatômicas como fótons e elétrons, que agem como onda e partícula ao mesmo tempo. A ciência moderna, por meio das teorias da relatividade e da física quântica, mostrou que o observador e o observado são inseparáveis, e que para alcançar uma compreensão mais completa do mundo, é necessário transcender o dualismo. Da mesma forma, ciência e misticismo são dois polos essenciais para a compreensão do universo.

A origem da dualidade e o equilíbrio criativo

A polaridade emergiu da unidade original, ou o vácuo sem forma, quando o Espírito, ou a Consciência Pura, teve a intenção de manifestar e perceber as forças. Esse movimento inicial deu origem à polaridade entre o espírito e a matéria. Esses opostos são complementares, cada um preenchendo o que falta no outro e, juntos, formando a totalidade. É a interação entre esses opostos — o ativo e o passivo, o observador e o observado — que permite o movimento e a formação de todas as coisas. A polaridade é a base de toda evolução, mas a sua origem é a unidade que a precede.

O único tipo de movimento que pode sustentar um corpo no vácuo é o movimento rotativo, que cria uma forma esférica, como a que encontramos nos átomos e planetas. Esse movimento é a combinação de dois movimentos opostos que sustentam o universo: a força centrípeta, que leva ao crescimento e enriquecimento, e a força centrífuga, que leva à destruição. Ambas são essenciais para a vida. A busca pelo equilíbrio entre esses opostos é fundamental para a vida, a saúde e a felicidade, como sugerido na Tábua de Esmeralda, que aconselha a união do “celestial com o terrestre”.

Mente, evolução e a trindade

A dualidade também opera em nossas mentes. Nossa evolução pessoal depende do reconhecimento de que somos nós que damos origem às polaridades que se manifestam em nossa consciência. A evolução é o desdobramento de potencialidades já criadas, enquanto a criação é o chamado à existência do que ainda não existe. A mente humana opera nessa mesma ordem: a autocontemplação do espírito (o Eu Superior) produz a polaridade, e essa polaridade, por sua vez, produz a manifestação.

Starry Sky over the city by the sea Sicily

A dualidade implica uma trindade, composta pelos dois polos e a relação de reconciliação entre eles. A mente e a matéria são apenas dois polos da mesma coisa, diferenciando-se em graus de vibração. Quando reconhecemos apenas nosso aspecto físico ou espiritual, ignoramos o outro lado da polaridade. A reconciliação, ou o equilíbrio entre mente e matéria, nos permite transcender a interpretação dos sentidos e alcançar uma percepção direta do mundo, simplesmente como ele é. É nessa união dos opostos que reside a verdadeira compreensão e o caminho para a realização.

Leitura:

-William Walker Atkinson (1908). The Kybalion: A study oft he hermetic philosophy of ancient egypt and greece.

-Callum Coats (1996). Living Energies: An Exposition of Concepts Related to the Theories of Viktor Schauberger.

-Marja de Vries (2012). The whole elephant revealed.

-Thomas Troward (2022). O processo criativo no indivíduo.

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