Ao longo da história, a humanidade tem tendado compreender e explicar a origem e a existência do mal. Para os mísiticos e os filósofos o mal não existe como substância, mas como a privação da bondade, como uma negação. A negação é um princípio oposto à afirmação e não tem existência em si, mas devido à impossibilidade de retirar o nosso pensamento do seu poder criativo, a nossa concepção do negativo como algo que possui uma existência substantiva própria, torna-se um poder muito real, e é esse poder que a Bíblia chama de „Diabo e Satanás”, a mesma velha serpente que seduziu Eva no jardim do éden.
Toda a questão do poder do mal gira em torno das duas leis fundamentais, a lei da sugestão e a lei do poder criativo do pensamento. Satanás é a crença errônea que coloca as causas meramente secundárias, que são apenas condições, no lugar da causa primária ou do poder originador chamado de Deus ou de espírito. Quando o mal é aceito como uma força a ser considerada e, portanto, exigindo ser estudada, estamos na verdade criando-o. Não podemos pensar na manifestação de um tipo de vida diferente do que percebemos em nós mesmos e criamos morte, doença, tristeza, problemas e limitações de todos os tipos, e então pensamos a vida nessas formas pelo que, embora inexistentes em si mesmas, se tornam realidades para nós.
Porém, por trás das circunstâncias externas e visíveis, que são instrumentais na história do mundo, existem causas mentais e espirituais. A vida e a substância de todas as coisas subsistem primeiro como imagens na causa primária, na mente universal antes que possam se manifestar no mundo do tempo e do espaço, uma região que encontra-se dentro de nós mesmos.
Leitura:
-Thomas Troward (1909). The doré lectures.
-Thomas Troward (1913). Bible mystery and bible meaning.
-Joseph Murphy (2009). The unbelievable power of suggestion.
-Siva, G. V. (2017). The problem of evil.